sexta-feira, 15 de abril de 2011

ACIDENTES NUCLEARES

A mídia sempre foi muito competente em abafar casos incômodos aos interesses mais poderosos que governam nosso mundo. Muitas vezes, um mundo de mentirinhas.

Por exemplo, fomos “educados” a pensar que a energia nuclear é algo absolutamente seguro, sem necessidade de receios quanto à acidentes. Afinal, acidentes são coisas hoje do oriente como foram, num passado recente, coisa dos comunistas.

Assim, o acidente nuclear de Fukushima, no abalado Japão, após um terremoto de 9.0 graus na escala Richter, pegou os incautos em honesta surpresa.

Para muitos, o único acidente nuclear grave, até então, havia sido o de Chernobil, na ex-União Soviética.

Mundo de mentirinha.

Muitos acidentes nucleares já ocorreram em variados graus de gravidade.

Voltada para "fins pacíficos", como fazem questão de alardear todos os governos que detêm tecnologia nuclear, a energia atômica obtida das usinas nucleares está longe de merecer qualquer comemoração. Os problemas com os rejeitos radioativos e os acidentes nucleares registrados até agora demonstram que é totalmente falho o modo pelo qual esta energia é gerada atualmente, ou, o que vem a dar no mesmo, demonstram que o ser humano não passa de um aprendiz nesse assunto, apesar de evidentemente estar convencido de dominar integralmente todo o processo.

Atualmente existem mais de 400 usinas nucleares em operação no mundo, a maioria delas nos Estados Unidos, França, Inglaterra e países do Leste europeu.

Vamos ver os principais acidentes nucleares até hoje registrados, embora silenciosamente:

Em 1957 escapa radioatividade de uma usina inglesa situada na cidade de Liverpool. Somente em 1983 o governo britânico admitiria que pelo menos 39 pessoas morreram de câncer, em decorrência da radioatividade liberada no acidente.

Em setembro de 1957, um vazamento de radioatividade na usina russa de Tcheliabinski contamina 270 mil pessoas.

Em dezembro de 1957, o superaquecimento de um tanque para resíduos nucleares causa uma explosão que libera compostos radioativos numa área de 23 mil km2. Mais de 30 pequenas comunidades, numa área de 1.200 km², foram riscadas do mapa na antiga União Soviética e 17.200 pessoas foram evacuadas. Um relatório de 1992 informava que 8.015 pessoas já haviam morrido até aquele ano em decorrência dos efeitos do acidente.

Em janeiro de 1961, três operadores de um reator experimental nos Estados Unidos morrem devido à alta radiação.

Em janeiro de 1969, o mau funcionamento do refrigerante utilizado num reator experimental na Suíça, inunda de radioatividade a caverna subterrânea em que este se encontrava. A caverna foi lacrada.

Em março de 1979, a usina americana de Three Mile Island, na Pensilvânia, é palco do pior acidente nuclear registrado até então, quando a perda de refrigerante fez parte do núcleo do reator derreter. Uma testemunha que morava numa cidade próxima à usina de Three Mile Island relatou dessa forma a situação logo após a confirmação do acidente: "As famílias estavam sendo reunidas desesperadamente e as ruas estavam uma loucura. Houve acidentes em frente à escola. Pais histéricos vinham apanhar as crianças no colégio, trombando uns com os outros, atravessando sinais vermelhos, numa situação de pânico geral."

Durante a Guerra das Malvinas, em maio de 1982, o destróier britânico Sheffield afundou depois de ser atingido pela aviação argentina. De acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica, o navio estava carregado com armas nucleares, o que põe em risco as águas do Oceano Atlântico próximas à costa argentina.

Em abril de 1986 ocorre o maior acidente nuclear da história (até agora), quando explode um dos quatro reatores da usina nuclear soviética de Chernobyl, lançando na atmosfera uma nuvem radioativa de cem milhões de curies (nível de radiação 6 milhões de vezes maior do que o que escapara da usina de Three Mile Island), cobrindo todo o centro-sul da Europa. Metade das substâncias radioativas voláteis que existiam no núcleo do reator foram lançadas na atmosfera (principalmente iodo e césio). A Ucrânia, a Bielorússia e o oeste da Rússia foram atingidas por uma precipitação radioativa de mais de 50 toneladas. depois do acidente, foram mobilizadas aproximadamente dois milhões de pessoas no processo de limpeza de toda a região atingida. Em abril de 1992, um comunicado oficial do governo estimava que o número de mortes naquele grupo, devido à radiação, situava-se entre 7 mil e 10 mil. Três anos depois, em abril de 1995, o Ministério da Saúde ucraniano informava que mais de 125 mil pessoas haviam morrido entre 1988 e 1994, vítimas da radiação.

Segundo o ministrou Andrei Serdiuk, "a radiação repercutiu na piora generalizada da situação demográfica e do estado de saúde da população da Ucrânia;1 aumentaram as doenças no sangue, no sistema nervoso, nos órgãos digestivos e respiratórios."

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Em setembro de 1987, a violação de uma cápsula de césio-137 por sucateiros da cidade de Goiânia, no Brasil, mata quatro pessoas e contamina 249. Três outras pessoas morreriam mais tarde de doenças degenerativas relacionadas à radiação.

Em dezembro de 1996, o jornal San Francisco Examiner informa que uma quantidade não especificada de plutônio havia vazado de ogivas nucleares a bordo de um submarino russo, acidentado no Oceano Atlântico em 1986. O submarino estava carregado com 32 ogivas quando afundou.

Em julho de 1997, o reator nuclear de Angra 1, no Brasil, é desligado por defeito numa válvula. Segundo o físico Luiz Pinguelli Rosa, foi "um problema semelhante ao ocorrido na usina de Three Mile Island", nos Estados Unidos, em 1979.
Em outubro de 1997, o físico Luiz Pinguelli adverte que estava ocorrendo vazamento na usina de Angra 1, em razão de falhas nas varetas de combustível. Na época ele declara: "Está ocorrendo vazamento há muito tempo. O nível de radioatividade atual é progressivo e está crítico."

Em abril de 1995, uma usina nuclear perto de Bombaim (Índia) deixou vazar água radioativa. A notícia do acidente só foi divulgada em julho. Em outubro daquele ano, um jornal de Tóquio divulgou a notícia de um acidente com um submarino nuclear chinês, que afundara em 1983 próximo de Vladivostok, na Rússia; o acidente causou a contaminação da região e foi mantido como segredo militar pela ex-União Soviética e pelo atual comando da frota russa. Em dezembro de 1995, no Japão, vazaram cerca de duas toneladas de sódio líquido do sistema de refrigeração do "super reator nuclear" da usina de Monju. Os especialistas haviam escolhido esse tipo de reator porque o uso de sódio no lugar de água para refrigeração tornava mínimo o risco de vazamentos, por diminuir os fatores de corrosão… Também em dezembro, cientistas japoneses descobriram, na neve da Antártida, uma concentração de radioatividade 500 vezes superior à normal, à qual
atribuíram os testes nucleares americanos realizados na atmosfera em 1963; segundo esses cientistas, "ficou comprovado que as provas nucleares afetam qualquer parte do globo, independentemente de onde tenham sido realizadas."

Um comentário:

pauloveiga disse...

Olá professor Péricles, aqui é Paulo , aluno do cusro Vigor -turma do BB-: estava lendo esse artigo muito interessante , sabe professor , esse assunto de usinas atômicas é uma tendência forte para prova do BB,
Gostei do termo " curies" (medição do nível de radiação), será que pode ser POG rsrs