segunda-feira, 25 de junho de 2012

NÃO HÁ ESPAÇO PARA ILUSÃO



O que mais incomoda nessa aliança em São Paulo, entre o PT e o Maluf, é que, ficamos todos os que acreditam em ideais e em valores outros que não apenas eleitorais, nos sentindo assim, como o marido traído, todos sabiam, menos nós.

É como se o sorriso do Maluf na foto com o Lula fosse diretamente pra nós. Sei, sei que isso é meio paranóico, mas paranóia, nessas horas, é o menor dos problemas.

Sim, nós sabemos que sem alianças nenhuma proposta chega ao poder num país tão grande e de tão variados interesses como o Brasil. Claro, compreendemos a necessidade de uma base aliada para governar. Isso tudo é muito lógico. Mas, é mesmo necessário transar sem prazer?

Sou de uma geração que tinha ideais. Meninos acreditem, isso existiu um dia!

Dizíamos que o capitalismo poderia corromper tudo, comprar tudo, mas jamais compraria nosso idealismo.

Acreditávamos na pureza da construção de uma sociedade mais justa. Sim, sabíamos que uma revolução não se faz indolor e que faz muitas vítimas em sua pavimentação, mas nunca, nunca mesmo, poderíamos imaginar que alguns dos mortos fossem nossos sonhos.

Jamais poderíamos imaginar que ao construir a ponte que ligaria o presente egoísta a um futuro mais humano e igualitário seríamos num dado momento, substituídos na construção por “operários mais hábeis”.

- Saiam daqui amadores, deixem os profissionais trabalhar! Então, ocuparíamos a margem da estrada vendo os “profissionais” negociarem cargos, títulos, poder e alianças, tudo para justificar o... o que mesmo?

Tudo pela vitória eleitoral. Tudo pelo poder!

Como se o poder político seja a única forma de se construir um mundo melhor. Como se o poder conquistado dessa maneira permita que algum sonho sobreviva. Como se para defender os loucos devêssemos enlouquecer.

Quando nossos sonhos tornam-se objeto de negociação, o sonho já acabou, pois um sonho corrompido é pior do que o pior dos pesadelos.

Foi justamente essa argumentação de pragmatismo que afastou os sonhadores e levou Stalim ao poder construindo a pior das ditaduras.

Mas, vai ver, estamos levando tudo muito a sério, e sonhos, sonhadores e ideais, sejam coisas ultrapassadas, definitivamente enterradas, no passado.

Num mundo de alianças tão espúrias, não há espaço para ilusão.


Prof. Péricles

2 comentários:

Anônimo disse...

Já falou o grande Florestan Fernandes, um dos fundadores do PT. Disse ele: "Não existe neutralidade possível: o intelectual deve optar entre o compromisso com os exploradores ou com os explorados". Por isso votei em Lula e Dilma. Escolha acertada a minha. Péricles, o teu blog esta cada vez melhor! Um forte sincero e fraterno abraço,
Maria Ivony Hein

Anônimo disse...

E que ditadura ferrenha e suja, promoveu Stalim! O horror tem nomes: Hitler e Stalim!
Maria Hein