quinta-feira, 27 de setembro de 2012

SELEÇÃO DE PRESIDENTES


Os alunos do Pré-vestibular estão sempre pedindo dicas e formas de lembrar pontos importantes do conteúdo de história.

Atendendo um desses pedidos, vamos fazer uma seleção de futebol, observando as características das funções de cada posição num time de futebol, seus estereótipos, e os presidentes do Brasil que poderiam “exercer essas funções”.

Goleiro: dizem que um bom goleiro tem que ser meio (ou bastante) louco. Ter algo de irresponsável e, geralmente, adorar aparecer. Nosso goleiro seria então, Jânio Quadros (1961). Um fenômeno eleitoral, eleito em cima de um carisma populista fantástico, mas que, no poder, entrou em contradição, governando com medidas conservadoras, mas com uma política externa progressista, chegando a condecorar o guerrilheiro Ernesto “Che” Guevara com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Se sentiu só, e renunciou sem nunca ter esclarecido os motivos da renúncia.

Zagueiros: devem ser pessoas sérias, de preferência mal humorados, que não tenham piedade e inspirem respeito aos atacantes. Hermes da Fonseca (1910-1914) que após eleito mostrou enorme disposição à vingança, perseguindo um a um os aliados que apoiaram a oposição e Prudente de Moraes (1894-1898) o homem que arrasou Canudos sem deixar sobreviventes, seriam nossos zagueiros cruéis.

Os laterais são jogadores que defendem e atacam com a mesma freqüência, mas que geralmente não estão no lugar certo porque estavam fazendo outra coisa. Ou seja, laterais deveriam ser atacantes, mas não são exatamente atacantes e defensores que não são exatamente defensores. Nossos laterais seriam Tancredo Neves (1985) e Rodrigues Alves (1918) dos presidentes eleitos que deveriam governar, mas jamais governaram, pois tiveram a péssima idéia de morrer; Rodrigues Alves de Gripe Espanhola e Tancredo de Diverticulite.

O volante, o clássico número 5, é o cara que defende todos os lados, substitui os zagueiros e marcam como cães de guarda, protegendo a grande área. Floriano Peixoto (1891-1894) o “marechal de Ferro” foi um obstinado que não deu importância nem mesmo para a elite do país, seria o nosso volante.

Os meias da nossa seleção, serão dois meias criativos e articuladores, o 8 e o 10 do nosso time. Devem ser jogadores que criem, que tragam mudanças, que tentem articular o ataque. Na nossa seleção seria Juscelino Kubtschek (1956-1960), o homem que prometeu 50 anos de desenvolvimento em 5 de governo e Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954), trabalhista e defensor de políticas estatizantes e pioneiras (como a CSN e a Petrobras). Ambos foram criativos e adeptos de medidas inéditas em seu tempo.

O centro-avante é aquele cara imprevisível, que faz o inesperado, que surpreende até a quem não esperava nada. Tem que ter carisma (como o goleiro) e quase sempre ser polêmico. Nosso centro-avante será Lula (2003-2010). Certamente ninguém esperava que Lula conseguisse tirar tanta gente da pobreza e fazer crescer a classe média, assim como uma política externa tão atuante e criativa.

O ponteiro direito (sim, nosso time tem ponteiro) é o cara que cruza para o centro-avante e outros para marcar o gol. Embora seja fundamental no jogo às vezes desaparece ante o brilho do centro-avante. É cassado pela marcação e, mas impõem terror aos adversários. Nosso ponteiro-direito será João Goulart, o Jango (1961-1964) que cresceu a partir de Getúlio, foi vice e chegou inesperadamente à Presidência e foi tido a vida toda como comunista, sem ser.

O ponteiro esquerdo se junta ao meio de campo, faz um trabalho de formiguinha e quase sempre é esquecido na grande jogada, embora todo o mérito tenha sido seu. Nosso ponteiro-esquerto será Itamar Franco (1992-1994) autor do Plano Cruzado embora quase ninguém saiba disso, e pense que tenha sido FHC.

O banco de reservas será composto pelos generais militares. Aqueles que sempre sonharam com a titularidade e seriam capazes de virar a mesa para conquistá-la.

O treinador é sujeito que desejaria, na verdade, ser o jogador, mas que, por motivo de lesão nunca pode mostrar seu futebol. O treinador será Leonel Brizola, aquele que certamente seria presidente se não fosse a virada de mesa.

E aí, gostou da minha seleção?

Como toda seleção essa também causará descontentamentos e discussões, então, faça você a sua, talvez seja justamente o que precisa para resolver uma ou outra questão da prova.

Boa sorte.



Prof. Péricles






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