sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

SOMOS TODOS ASTRONAUTAS



Viajando nessa nave incansável, no seu rodopiar maluco sobre sua estrela e sobre si mesma, somando dias, contando tempo e envelhecendo pois faz parte do ensinamento.

Alguns sem enxergar além de seu umbigo, não se importam além dos seus interesses não ousam nem acrescentam.

Outros se endureceram, mas não perderam a ternura jamais acreditando num futuro mais cúmplice.

Há os que percebem o real sentido de sua viagem e buscam escalar os seus mais loucos sonhos, como desbravadores, pioneiros em terras desconhecidas. Também tem os que preferem o recolhimento sobre si mesmo, o recesso do indefinido apostando apenas no concreto, que na verdade, na verdade, é mais inconstante que o grão de areia no deserto.

Muitas vezes o olhar queimado pelas fogueiras das horas que a tudo aniquila, se recolhe entre as estrelas e o questionamento do significado da vida desponta com desapontamento. Mas, nem por isso na primeira madrugada tudo deixa de reiniciar afoito quando até fazemos amor, alguns como famintos e desesperados, outros porém fartos e saciados.

Somos meninos e meninas viajantes de uma estrada cujas curvas são apenas miragens. Rumamos para o infinito, cada um com sua máscara preferida. Há princesas e príncipes, guerreiros e covardes, e também mendigos e loucos mambembes donos de calçadas. Existem as bruxas e os fantasmas, existem reis, as baronesas, os sem terra e os sem consciência.

No grande carnaval da vida, todos querem experimentar todas as máscaras, mas poucos, vão além da primeira experiência.

E juntos, nesse momento de aparente recomeço nos juramos melhores daqui pra frente. Puro engano, pois só se melhora por dentro e com tempo, e não na simples troca de roupa dos anos, como por encanto.

Somos astronautas voando juntos pelo cosmos. Tolos nem mesmo nos conhecemos preferindo o isolamento de nossos casulos. Não nos curtimos, não nos sorrimos, não trocamos poesia nem brincamos de esconde-esconde, muito menos nos amamos, e quando amamos queremos a propriedade com papel passado, testemunha e tudo.

Somos astronautas num louco vôo de mariposa que busca a luz, mesmo sendo ela nosso final de vôo.

Que em 2013 todos os amigos que nos prestigiaram tenham tempo e vontade para tecer planos de crescimento humano como a aranha tece a teia, pois na verdade estamos todos interligados e somos um, e não milhões.

Sejamos mais serenos e mais fraternos. Que a sensibilidade nos permita o choro, pois só não chora quem nunca viveu de verdade.

Desejo a todos, muitos banhos de chuva, muito cheiro de terra molhada nas narinas, muitos amores mesmo que dêem em nada. Muitas risadas de piadas idiotas e tempo jogado fora com os amigos. Desejo muitos e muitos atrasos no serviço devido o excesso de carinho e de amor com a pessoa amada.

Que tenhamos no olhar a inocência das crianças, e que realmente nos importe a felicidade alheia, e que nos comova a dor dos outros.

FELIZ 2013, e muito obrigado por sua companhia.

Prof. Péricles

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