sábado, 20 de abril de 2013

JANGO LIVRE



O carro cruza a fronteira de Uruguaiana vindo de Mercedes, Argentina, a 120 km por hora. Ele conduz uma carga macabra, um caixão lacrado.

Aparentemente toda a população de São Borja estava nas ruas, num silêncio tenso, acompanhado de perto por soldados armados.

O carro conduzindo o caixão lacrado chega até a catedral e dali, diminui a marcha e ruma, agora lentamente, em direção ao cemitério.

O carro é imediatamente cercado pelos soldados armados dispostos a seguir a risca a ordem de não permitir manifestações populares

De repente, vindo do meio da multidão, um grito, “Jango, Jango”. De forma contagiante o grito se espalha e se multiplica “Jango, Jango, Jango”. Toda a tropa percebe que é inútil tentar evitar o sentimento que brota da multidão.

João Goulart, o Jango, presidente do Brasil deposto em 1964, e desde então, exilado político, está de volta ao país.

Porém, da maneira mais triste e definitiva: morto, bem como sonharam seus inimigos e inimigos da democracia que o derrubaram no golpe de 31 de março.

Seu corpo foi enterrado a 40 metros do túmulo de Getúlio Vargas, por exigência dos militares.

Jango morreu de forma inesperada e até hoje não completamente explicada no dia 6 de dezembro de 1976.

Oficialmente o ex-presidente morreu de ataque cardíaco. Porém, o regime militar jamais permitiu autópsia, que muitos achavam necessária para esclarecer todas as dúvidas.

Exatamente naquele momento vários políticos ligados a regimes derrubados na América foram assassinados num plano orquestrado pelas ditaduras do Cone Sul denominado “Operação Condor” e que visava à eliminação física dos políticos mais populares e que inspiravam reação contra as ditaduras.

Sobre a morte de Jango estendeu-se um véu de mistério. Passou-se a falar a boca pequena, como dizem os gaúchos, que Jango, na verdade, também fora assassinado assim como outras lideranças como Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda.

Trinta e sete anos depois a Comissão da Verdade anuncia que, finalmente, seu corpo será autopsiado para, finalmente se estabelecer a verdade.

O Presidente João Goulart, o Jango, foi assassinado ou realmente morreu de causas naturais?

Esta é apenas uma, das muitas perguntas sobre esse período negro de nossa história, que precisa ser respondida.


Prof. Péricles


3 comentários:

Caroline Cauduro disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Caroline Cauduro disse...

Oi prof Péricles!
Sou da turma da história lá do curso do Vigor. Gostaria de saber onde o sr coloca as dicas e o resumo? Só vejo os posts como este.
Beijos!

Caroline Cauduro disse...

Prof é a página magistério?
Obrigada :)