domingo, 18 de agosto de 2013

O DIA QUE O MUNDO ACABOU


Os norte-americanos adorariam que a vida toda fosse como foram os anos 20 para eles. Enquanto a Europa saía alquebrada da I Guerra Mundial (1914-1918) com sua agricultura arrasada, sua indústria em frangalhos e dívidas externas (inclusive com os EUA) imensas, os Estados Unidos saíram dela vencedores e sem marcas debatalhas em seu território e com a economiasmais pujante do que nunca.

Nesse período, especialmente entre 1924 a 1929, conhecido como “Big Business” prédios antigos foram substituídos por arranha-céus e o mundo invejou profundamente a nação do norte, surgindo, inclusive a expressão “American Way of Life” para designar o modo americano de viver e progredir.

Consumiam de tudo, do útil ou supérfluo, boates lotadas todas as noites, sucessos imortais no cinema, o blues e o Jazz acompanhado de letras mais do que otimistas. Aliás, o otimismo era tamanho, que até se tentou acabar com uma doença, o alcoolismo, através de uma Leia, a “Lei Seca”.

Essa nação parecia representar a vitória definitiva da economia liberal (aquela que o governo interfere o mínimo na economia e por isso atua também o mínimo nas questões sociais).

Acreditasse que a catástrofe começou alguns anos antes de 1929, mas ninguém percebeu. Tanto que em 3 de setembro, o jornal The New York Times” anunciava um não recorde na Bolsa de Valores que havia virado paixão nacional, com investidores de todos os tamanhos.

Na semana que começou na segunda 21 de outubro, observadores notaram um número um pouco maior de ações postas à venda, mas ninguém deu muita importância, acreditando ser apenas uma flutuação natural.

Foi então que o mundo financeiroyankeacabou.

Na quinta-feira, dia 24 de outubro de 1929, o pregão da Bolsa já abriu num clima tenso. Uma enxurrada de ações começaram a ser postas à venda. Logo atingiu 6.091.870 títulos. Esse volume imenso puxou pra baixo as ações em geral (lei da oferta e da procura), desesperados, investidores colocavam suas ações a venda por preços cada vez menores, numa espiral enlouquecida que se auto-alimentava e acelerava cada vez mais.

Às 11:30 daquele dia, milhares de pessoas aglomeravam-se nas proximidades de Wall Street numa imensa nuvem de desesperados. Corria a notícia de boca em boca (notícia verdadeira) que onze conhecidos especuladores haviam se suicidado. Ao meio dia, finalmente, alguém tomou uma atitude e mandou fechar as portas da Bolsa de Nova York para evitar uma invasão iminente e uma tragédia humana de grande dimensão.

Claro que o governo deveria ter intervido para evitar o pior. Mas a economia era liberal, lembra? Governo jamais interferia na economia, etc. etc.

Na noite daquele dia que entrou para a história com o nome de “quinta-feira Negra” 3bancos estavam quebrados.

Ainda viria a segunda-feira negra (28 de outubro) e a terça-feira negra (29 de outubro) que concretizaria o colapso de todo o sistema financeiro do paí,saté então, uma ilha de progresso e prosperidade invejada pelo mundo inteiro. Iniciava-se um período chamado de “A Grande Depressão Econômica” que só seria realmente resolvida com o início da segunda guerra mundial em 1939.

Nesse período, milhares de pessoas que antes dispunham de excelente salário, foram para a fila do sopão doado pelo governo. Centenas de pessoas cometeram suicídio forçando o governo a implantar uma campanha de valorização e preservação da vida. Nos filmes de Chaplin, os bacanas tiram o lugar de Carlitos na fila dos desempregados. Os E.U.A. conheceram investidores, antes poderosos perambulando a esmo pelas ruas e até um caso trágico de um desses se jogando no rio Hudson, não sem antes comover e fazer chorar a todos que estavam próximos.

O mundo inteiro sentiu esse abalo.

Na Alemanha começa o caos econômico que levaria o Partido de Hitler a ganhar as eleições de 1933. No Brasil o café apodreceria nos portos à espera dos antigos compradores que não mais comprariam favorecendo as articulações que levaram à Revolução de 30.

As causas da catástrofe geram polêmicas até hoje. Resumidamente, para nosso maior entendimento poderíamos dizer que o que houve foi que, pelo completo afastamentodo Estado na economia, ocorreu uma superprodução de capitais. Uma superprodução de papel e ações. A vida ensinou que até riqueza quando produzida em excesso, gera problemas e tragédias.

Prof. Péricles

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