quarta-feira, 27 de maio de 2015

ATUALIDADES - MUDANÇAS NO TABULEIRO



Mudanças políticas estão no ar.

O cheiro é forte, embora alguns façam de conta não perceber.

Estados Unidos e OTAN (leia Europa Ocidental) após alguns êxitos militares questionáveis no Iraque e na Líbia, empacaram na Síria.

China, e principalmente Rússia, ergueram em Damasco um muro intransponível.

Impossível derrubar Bashar al-Assad sem ter que bater em Putim.

Depois, a metade fascista do lado oeste da Ucrânia, derrubou o presidente eleito usando até a suástica como símbolo e o lado leste não gostou da brincadeira.

A Criméia fez plebiscito e mais de 90% aderiram a idéia da separação da pátria-mãe e anexação à Rússia.

Logo em seguida, outras regiões vizinhas da Criméia decidiram a mesma coisa.

A Ucrânia do oeste, transformada em fantoche da OTAN rugiu como podia e foi a guerra. Uma guerra impossível de vencer pois o lado leste recebeu apoio total de Putim.

Então, numa ação que demonstra a prepotência de quem se acha donos do mundo, determinaram uma espécie de “bloqueio” à Rússia, tentando isolar a velha pátria dos Czares do resto do planeta.

Se deram mal.

Em pouco tempo velhas potências descobriram que precisam mais dos investimentos russos do que poderiam admitir.

O isolamento virou piada e o feitiço se voltou contra o feiticeiro.

Os avanços das tropas ucranianas atolaram e seu presidente (que ninguém sabe direito quem é), passou a ameaçar bombardear cidades civis do leste sem que ninguém se preocupe com isso.

Num ato de pirotecnia diplomática, a OTAN voltou atrás e suspendeu o “isolamento”.

Realmente as mudanças geopolíticas são impossíveis de deter.

Isso sem falar no Irã.

O país dos aiatolás deu início a um programa nuclear de enriquecimento de urânio.

Israel, que possui um arsenal de mais de mil artefatos nucleares, ficou histérico.

Exigiu providências da ONU, de Washington, de Javé, para impedir um programa que colocaria em risco a sua segurança.

Ahmedinejah, então presidente do Irã, ironizou: “seria muita burrice nossa atacar Israel com um artefato nuclear quando eles possuem mais de mil”. Mesmo assim, criou-se um clima de guerra contra o pequeno país do Oriente Médio.

A Turquia e o Brasil, do presidente Lula, propuseram uma saída negociada que foi rechaçada por Israel e ridicularizada por elementos médios da classe média, não acostumados a ver o Brasil envolvido e respeitado em questões diplomáticas internacionais.

O Irã, fez eleições, um novo presidente foi empossado, mas as pretensões de um programa nuclear voltado à fabricação de equipamentos médicos não foram abandonadas.

Diante da persistência iraniana, do apoio russo e de outros parceiros de Teerã, a OTAN-EUA fizeram mais uma acrobacia diplomática em Lousane na Suíça e, decidiram que o Irã, tem direito a exercer o seu programa.

Israel, esse país pacifista acostumado a bombardear cidades cheias de mulheres e crianças, criticou a decisão. Acha que o Irã é muito violento para ser creditado.

Os Estados Unidos convivem hoje com a certeza de que a Rússia assumiu o papel de liderança que lhe compete e ruminam temores da construção do banco dos BRICS que ameaçam a hegemonia mundial do dólar.

Quais serão os próximos lances nesse tabuleiro onde se disputa o poder?

Veremos, mas, uma coisa é certa, os Estados Unidos entenderam que não estão jogando sozinhos, como imaginaram depois da Guerra Fria e que um lance em falso pode significar a queda do rei.

Prof. Péricles

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