quarta-feira, 2 de setembro de 2015

ARREPENDIMENTO E VERGONHA NA CARA


Arrependimentos exigem responsabilidade.

Será que o timoneiro do Titanic se arrependeu de tentar desviar do iceberg, manobra que rasgou o casco e provocou o naufrágio, ao invés de bater de bico, que provocaria um estrago muito menor?

Deu tempo de pensar “perdão, falha nossa” ou morreu discutindo que fizera a coisa certa?

E o velho general que garantiu para Adolf Hitler que os aliados invadiriam a Europa pelo sul, na Grécia, e não pelo Norte, na Normandia, como de fato aconteceu?

Ao ver a ocupação inimiga consolidada falou “putz, sou uma besta” em alemão ou saiu assoviando como se não tivesse nada com isso?

Arrependimento exige vergonha na cara.

Sem vergonha na cara o sujeito enrola, faz cara de esperto e insiste no erro.

Por exemplo, os antipetistas do Rio Grande amado...

Insistiram numa candidatura que não apresentava projetos, não discutia ideias e fugia do debate.

Seu eleitor, portanto, não acreditava em suas ideias já que elas não eram expostas. Eram seus eleitores apenas porque era a candidatura com chances para derrotar o PT.

Fosse outro o candidato apontado como contraponto ao petista, esse outro seria seu candidato.

Daí veio as eleições e sabemos, o antipetismo venceu com quase 70% dos votos.

Posta a nova realidade e passados oito meses de novo governo temos o estado estagnado, os trabalhadores sendo humilhados recebendo proventos parcelados e sendo chamados de vadios e uma situação beirando o caos com a saúde e a segurança pública, entre outros setores, em greve.

O candidato vencedor não mentiu. Nenhuma ideia apresentada por ele traiu as expectativas simplesmente porque não foram apresentadas ideias.

Como fica o glorioso eleitor antipetista?

Mesmo não sendo servidor público será que não lhe atinge um certo remorso pela opção eleitoral baseada apenas no preconceituoso “antismo”?

Não sente parte da responsabilidade pelas crianças de pais mais sombrios e desesperados?

Hoje houve um suicídio enquanto um grupo manifestante se agitava muito próximo, na rua Riachuelo. Amanhã provavelmente outros acontecerão. Angústias e depressões se abatendo sobre os lares. E eu me pergunto: ei você...psiu... você mesmo que se sentiu o máximo apenas por votar no anti e por convencer aquele vizinho abestalhado a votar também... você, não se sente responsável?

Sim, todos sabem que sendo o voto secreto sempre será possível manter aquela cara de quem não tem nada com isso... mas você sabe bem qual foi sua escolha e o motivo.

Pense nisso, no silencio de suas horas consigo mesmo.

Você pode ser mal informado mas não há o que justifique não buscas a informação quando isso implica nas relações que vão além do "euismo".

Sim, o arrependimento é pra quem tem vergonha na cara e fruto de um orgulho que não teve vergonha de adoecer.

Já se disse que todos colhem aquilo que plantam.

Eu lhe desejo uma colheita farta e abundante, com tudo aquilo que você mesmo plantou.


Prof. Péricles

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