segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A FLAUTA DE PÃ




Pã (para os gregos) ou Lupércio, Fauno ou Silvano (para os latinos) era o deus dos bosques e dos campos. Deus dos rebanhos e protetor dos pastores.

Numa versão Pã é filho de Dryope com o Deus Hermes (Mercúrio), mensageiro dos deuses.


Sendo filho de um deus transitório (entre os deuses e mortais) Pã seria um ser de forma transitória (entre antropo e zoo). É representado com orelhas, chifres, pernas e barba de bode.

Em outra versão ele teria sido um dos filhos de Zeus com sua ama de leite, a cabra Amalteia.

Na visão latina era um deus alegre, que adorava tocar sua flauta e dançar com as ninfas instigando a sensualidade. Nos bacanais (orgias sexuais de Baco, deus do vinho) era constante a sua presença.

Era um ser instável que às vezes podia ser perverso e em outras extremamente bondoso.

Em Roma havia um festival em sua homenagem (Lupercália), celebrado nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro. Os sacerdotes que o cultuavam vestiam-se de pele de bode.

Os antigos romanos, nos tempos em que Roma era pouco mais que uma aldeia, temiam a fúria dos lobos famintos e rogavam a sua presença para mantê-los afastados.

Na visão dos gregos era um ser extremamente angustiado pelas zombarias causadas por sua estranha forma animal. Com o tempo, essa divindade tornou-se inspiração dos solitários.

Vivia nas grutas mais profundas, ou como andarilho sem destino nas matas e campos.

O silêncio e a tristeza emanados por Pã impregnavam de tal maneira os seus domínios (os campos, bosques e matas) que podiam atingir aquele que perambulava sozinho esses lugares fazendo brotar em seu coração um medo aparentemente sem sentido dando origem a palavra pânico (de pã).

Em sua homenagem Zeus criou a constelação de Capricórnio.

Já, os senhores da Igreja cristã primitiva associaram sua forma com o demônio e a sedução e luxúria com o som de sua flauta.





Prof. Péricles

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