terça-feira, 12 de abril de 2016

MACARTHISMO À BRASILEIRA


No início da década de 50 os Estados Unidos viviam à beira de um ataque dos nervos.

No final da década anterior a União Soviética testara com sucesso sua primeira bomba atômica, a China tornara-se comunista e a influência norte-americana no mundo parecia definhar.

Portanto, a Guerra Fria estava muito quente e os ânimos exaltados.

É nesse cenário que, em fevereiro de 1950, surge a figura sinistra de um senador.

Joseph Raymond McCarthy, senador do Wisconcin pelo Partido Republicano, era membro de uma praticante família católica e tinha 41 anos. Antes de se eleger senador exerceu, por sete anos a função de juiz de Direito.

De fevereiro de 1950 quando acusa o Departamento de Defesa norte-americano de estar infiltrado por agentes comunistas a maio de 1954 quando caiu em desgraça junto ao Presidente Eisenhower por atacar o secretário do Exército, Joseph MacCarthy seria figura diária na mídia norte-americana, tendo, ao que parece, adorado a notoriedade que adquiriu como presidente do Comitê de Atividades Antiamericanas (HUAC).

Acusou de praticar atividades antiamericanas e convocou para depor no Comitê que liderava centenas de pessoas, principalmente funcionários públicos, trabalhadores da indústria do entretenimento, educadores e sindicalistas.

Muitos foram demitidos, execrados, ridicularizados e humilhado mesmo sem haver qualquer materialidade nas acusações.

Esse período nefasto na história dos Estados Unidos é chamado de MacCarthismo e definido como um período de caça as bruxas pelo seu contexto de incentivar a delação, pois, alguém que se dizia simpatizante arrependido do comunismo só era perdoado se delatasse outros membros simpatizantes.

Entre muitos injustiçados por acusações levianas, destaca-se Charles Chaplin que acabaria se mudando para a Suiça, para nunca mais voltar.

O Macarthismo durou até 1957 mesmo ano em que o tenebroso senador senador morreu, aos 49 anos, em 2 de maior, vítima de cirrose.

Para ele, acostumado a brincar com a vida alheia e a se julgar Deus, a perda de notoriedade, a distância dos holofotes e sumiço dos puxa-sacos havia sido insuportável.

Seu nome tornou-se sinônimo de intolerância. Quase todos os processos que liderou tornaram-se nulos e o estado arcou com numerosos ressarcimentos.

Infelizmente para muitos que morreram antes ou prejudicaram definitivamente suas carreiras, nenhuma reparação seria realmente justa.

MacCarthy, para acalmar a consciência ou o ego ferido, entregou-se ao beber compulsivo que o levaria rapidamente a morte.

Na atualidade brasileira um autêntico MacCarthismo e caça as bruxas incentivada pelo brilho da ribalta promovido por câmeras platinadas está em curso.

Em vez do anti-comunismo o anti-petismo.

Não há comissões no Congresso, mas tribunais de exceção que escondem provas e criam fatos, que gravam e divulgam gravações.

Ao invés do respeito às urnas uma campanha difamatória acompanhada por uma onda de ódio.

Nesse contexto, a história de Joseph Raymond McCarthy deveria ser recitada nos lares de muitos juristas, policiais e cidadãos que se acham mais do que mera fagulha na fogueira das vaidades da política brasileira.



Prof. Péricles







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