sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O VICE TRAIDOR E O TRIUNFO DA VERDADE


Contam que, certa vez, um sheik caiu em desgraça e perdeu o poder para seu vice traidor. Para piorar ele foi a julgamento acusado de traição contra seu próprio povo e se condenado a pena era a execução por enforcamento, mas, se absolvido recuperaria o poder.

O sheik defendeu-se acusando o vice traidor (que era realmente o culpado) e o julgamento foi feito em cima de ambas as acusações, o sheik acusava o vice traidor e o vice traído acusava o Sheik.

O julgamento de cartas marcadas ia se desdobrando cada vez pior para o sheik já que não havia provas contra ele, mas muita convicção, quando o juiz (cadi, entre os árabes) que estava mancomunado com o vice traidor, quis dar uma de justo e entrar para a história como imparcial.

Disse o juiz que Alá todo poderoso era infinitamente justo e por isso, ele iria colocar os nomes do sheik e do vice em tirinhas de papel diferentes e o próprio sheik iria “sortear” o nome do criminoso.

E assim foi feito, o nome de cada um foi escrito em papéis separados pelo próprio juiz corrupto, que depois de devidamente dobrados foram levados ao sheik, numa bandeija, no banco dos réus para que ele mesmo escolhesse o papel que apontaria o nome do culpado. Alá seria clemente e justo e moveria a sua mão.

Intimamente os golpistas sorriam, pois, o juiz escrevera o nome do sheik em ambos os papéis e, portanto, independentemente de sua escolha o nome sorteado seria o dele.

A plateia em suspense assistia a tudo convocada como  testemunha sem nem desconfiar do truque do juiz. Mas o sheik sim, sabia que qualquer das tirinhas que escolhesse, teria o seu nome.

Então o sheik levou a mão até um dos papelotes e o escolheu, mas, num gesto inesperado, o engoliu.

Maior sururu na plateia.

E disse o sheik ao público, “fiz a minha escolha e a única maneira de saber o nome que ele continha é abrir o papelote que sobrou.

Obviamente, o papelote lá estava escrito o nome do sheik de onde se deduziu que a folha que apontava o culpado e fora engolida por ele era o nome do vice traidor.

O sheik recuperou o poder e o vice traidor foi enforcado.

Às vezes a única forma de derrotar os espertos é sendo mais esperto que eles e partindo também para os truques, deixando a forma polida de lado.

Está faltando esperteza da esquerda nesse golpismo medíocre da direita.

Lula deveria fazer algo parecido quando acusado por um cadi inescrupuloso capaz de escrever seu nome como culpado, mesmo sem provas, nos dois papéis e deixar de investigar o nome dos outros, mesmo sendo estes, várias vezes delatados.




Prof. Péricles

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