sábado, 1 de abril de 2017

TRAUMAS, TRAUMINHAS E TRAUMÕES


Trauma é uma palavra de origem grega. Os gregos chamavam assim uma “ferida” produzida por uma ação violenta.



Freud explicou que todos nós temos muitos traumas psicológicos, ou seja, feridas psicológicas, a maioria delas produzidas quando ainda éramos crianças, e que vivemos todos por aí, dodói, tentando se libertar das dores de nossos traumas.



Existem traumas, trauminhas e traumões.



Alguns carregam sacolas deles, outros se acham libertos, mas sempre carregam algum nos bolsos.



Como todos, eu já me libertei de vários, mas adquiri outros e, com o passar do tempo, até já me acostumei com alguns.



Quer saber, não troco alguns dos meus mais antigos traumas por felicidades virtuais que pululam por aí.



Curto minha solidão que antes me massacrava. Consigo despertar com ela ao lado e até consigo rir lembrando o quanto já me foi pavorosa e hoje mais parece uma corriqueira dor de cabeça.



Entretanto, superar essas meninas exige experiência, tempo e vontade, e infelizmente, a maioria acha que nunca tem tempo para nada.



Mas, as vezes elas ganham.



As penitenciárias, por exemplo, estão lotadas de traumas.



Os hospitais também, os manicômios em especial, enquanto os cemitérios servem de depósitos silenciosos de traumas que só se foram quando os hospedeiros foram também.



Ultimamente, para minha surpresa, descobri um trauma novo.



Algo assim, totalmente inesperado.



Descobri isso casualmente, caminhando pela rua, quando cruzei com uma moça usando a camiseta da seleção brasileira.



Camiseta da seleção brasileira... aquela mesma, canarinho, de tantas e tantas alegrias no passado.



De súbito me lembrou marchas fascistas, pato amarelo, panelas inox batidas.



Descobri que estou traumatizado por um símbolo que era de alegria.



Camisa amarelinha da seleção agora, na minha mente, está associada com fim de direitos e de aposentadoria.



Um novo trauma, um trauminha, mas como dói.



Talvez doa para sempre.



Ou até a seleção passar a jogar de azul.




Prof. Péricles

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