sábado, 30 de setembro de 2017

D. PEDRO II E O QUADRO MALDITO


Sacanearam o jovem D. Pedro II.


Agentes políticos brasileiros, encarregados de achar uma noiva para o imperador, enviaram pra ele uma pintura de uma morena gatíssima, com uma linda paisagem de Nápoles ao fundo. O guri se apaixonou.


Depois de inúmeros preparativos oficiais para o casamento, a noiva, finalmente chegou no Brasil.


Pobre D. Pedro, só então percebeu que a bela da foto não tinha muito a ver com a original de carne e osso. Uma mulher relativamente, feia.


Bateu até depressão, mas, compromissos de estado não podiam ser cancelados assim, e teve que encarar o casamento com Teresa Cristina.


D. Pedro II jamais gostou realmente da esposa. Deve ter passado o resto da vida amaldiçoando a inspiração de pintores de retratos.


Entretanto ele se apaixonou cegamente por uma mulher que, apesar de nobre, jamais poderia ser sua imperatriz: Luísa Margarida Portugal e Barros, a condessa de Barral.


Foram 34 anos de intensa paixão.


Luisinha era magra, elegante, refinadamente educada, não era exatamente, bonita, mas era encantadora e sensual.


Conheceram-se na Bahia quando ela se aproximou das duas filhas do imperador, Isabel e Leopoldina. Foi aia das meninas ensinando um pouco de francês e etiqueta.


Com ela ele podia conversar sobre qualquer assunto, principalmente sobre artes, livros, teatro e ciências já que a moça foi criada na França, era bem informada e curtia os prazeres do conhecimento.


Mas não apenas esses prazeres.


Ao que parece D. Pedro II sentia ciúmes de Luísa, uma faceta totalmente desconhecida do homem que governou o Brasil por mais tempo.


Morreram no mesmo ano, 1891. Ela em janeiro, ele em dezembro. Ambos moravam em Paris e, ao que parece, o caso sobreviveu ao exílio e ao tempo. Ela morreu com 74 anos e ele com 65.


O Imperador do Brasil teve uma vida pública, discreta e sem escândalos, mas, uma vida amorosa, totalmente clandestina.


De onde podemos concluir que até mesmo os mais espertos quebram a cara quando se deixam levar pelas aparências.


Maldito quadro!




Prof. Péricles

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