quarta-feira, 27 de setembro de 2017

O ITINERÁRIO DE UM DESASTRE



Em 1995 o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu uma amostra pública do seu compromisso com o capital financeiro, o inesquecível Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (Proer).



Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan.



Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixou uma pesada herança para seu sucessor.



1994 e 1998



O dinheiro secreto das campanhas: Denúncias que não puderam ser apuradas, graças à providenciais operações “abafa”, apontaram que tanto em 1994 como em 1998 as campanhas de Fernando Henrique Cardoso foram abastecidas por um caudaloso esquema de caixa-dois.



Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. E em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela nada menos que R$ 10,1 milhões.



A farra do Proer?


Na calada de uma madrugada de um sábado de novembro, assinou uma medida provisória instituindo o Proer.



Um programa de salvação dos bancos que injetou 1% do PIB no sistema financeiro. Um dinheiro que abandonou o sofrido Tesouro Nacional, para abastecer cofres privados. A começar pelo Banco Nacional, então pertencente a família Magalhães Pinto, da qual um de seus filhos era agregado. Não é mesmo FHC?



Cepal



O Proer demonstrou em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB.



Mas para economistas da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.



E agora, FHC, você ainda vem aqui querendo dizer o que…?



Por Maria Fernanda Arruda,  escritora e colunista do Jornal Correio do Brasil.



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